domingo, 23 de dezembro de 2018

ESTÓRIAS QUE O POVO CONTAVA


Na década de 1970, existiu um pistoleiro,  cujo   nome era Cássio ou Acássio, deveras muito temido pela população de Dourados e região. Os delegados de polícia temiam enfrentá-lo. Já o povo, como é de praxe, demonstrando o quanto o imaginário popular é fértil, contava várias estórias sobre este bandido. Alguns diziam: “ele tem o poder de se camuflar na forma de um cupim, de uma árvore, etc., e desta forma escapar da perseguição policial.”
Porém, não demorou muito, este marginal foi abatido pela polícia e a população voltou a respirar aliviada, inclusive, no São Lourenço.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

A HISTÓRICA E FOLCLÓRICA JARDINEIRA


Esta é a foto de uma Jardineira similar a relatada neste texto.
Nas décadas de 1960 e 1970, os camponeses residentes em São Lourenço, para virem a Dourados, tomavam a histórica e folclórica Jardineira, similar ao veículo da foto abaixo. O interessante é que  na Jardineira era transportado de tudo (gente, galinha, fogão, porcos e galinhas vivos, mercadorias, etc).
A estrada, denominada naquele período de reta, atualmente a rodovia BR-163, ligando Dourados a Caarapó, entre outras cidades, não era asfaltada. Transitar por ela era difícil quando estava seco porque tinha muito poeira e era muito irregular devido as centenas de milhares de buracos de pequeno porte e que provocavam solavancos, dando a impressão de que iria arrancar o boff da gente (linguajar dos camponeses de então)  Boff significa tripa, buchada; e nos dias de chuva, o problema era os atolamentos.
Eu mesmo viajei algumas vezes na Jardineira, como era criança achava tudo um barato.
Observação: as jardineiras não circulavam diariamente, passava um, dois ou mais dias para circular.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

CONVERSAS DOS CAMPONESES DE SÃO LOURENÇO SOBRE O HOMEM DA CIDADE?


CONVERSAS DOS CAMPONESES SOBRE O HOMEM DA CIDADE?
Vou narrar aqui falas comuns aos camponeses residentes em São Lourenço quando vinham a Dourados.  Os camponeses periodicamente iam a cidade de Dourados, e, um pouco menos a Caarapó e até a Vila Nova América.  Estas visitas eram feitas periodicamente, às vezes uma vez ao mês, ou com periodicidade maior (três, cinco ou seis meses) e por vezes, porque não dizer? !!! Anualmente. Na cidade os camponeses iam para comercializar o excedente de sua produção, especialmente, o arroz, comprar mantimentos, produtos industrializados (querosene, fósforo, açúcar, farinha de trigo, fumo, etc).
E aqui me refiro as falas de diversas famílias camponesas residentes em são Lourenço:  Ribeiro, Oliveira, Ferreira, Lopes, Ricardi, Alexandre, Bispo, Marcelino, etc.
Pois bem, os camponeses ficavam perplexos com as práticas do homem, digamos urbano – assim me expresso porque na verdade estas cidades ainda cultivavam hábitos, os mais variados, típicos de comunidades rurais. Vejamos algumas das falas:
“na cidade as pessoas não usam mais chapéu, apesar de o sol ser muito quente.  Pode uma coisa dessas? Vão cozinhar o miolo da cabeça (o cérebro)”. Também comentavam: “o fulano trabalha numa repartição pública ou comércio, e como não toma mais sol, a pele tá amarela”. “ E a mão dele, parece mão de moça!!!Não tem não, não senhor, mais calo na mão”

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

CARRAPICHO OU BOSTA DE BAIANO?


No São Lourenço, município de Caarapó, nos anos 1960 e 1970, ouvi muitas vezes as pessoas se referirem ao carrapicho - uma planta que produz espinhos e que ao passarmos e relarmos neles, nossas vestes ou nossa pele, os mesmos grudam - como bosta de baiano. Esta frase era e ainda é, a tradução na prática de toda uma herança de preconceito contra o nordestino no Centro do Sul do Brasil. A origem deste preconceito não é gratuita, se deu porque, no período colonial, o Nordeste era o centro econômico e político do País, condição que perdeu após o ciclo da cafeicultura para o Estado de São Paulo. Porém, receoso de que o Nordeste possa em algum momento recuperar este status, no Centro Sul do Brasil, existe toda uma construção que procura associar tudo de negativo ao nordestino. Eis alguns exemplos: o nordestino é relaxado, gosta de sujeira, é ignorante,etc. Sendo o carrapicho um planta espinhosa que causa muito incômodo, não por acaso, foi associado ao nordestino que no Centro Sul do Brasil, genericamente é rotulado de baiano, ainda que tenha nascido em outros estados nordestinos. Sendo netos de baiano, aliás o meu apelido era baiano, enquanto o Alberto, o meu irmão, Baianão, nos sentíamos bastante incomodados. Naquele tempo, a Bahia não tinha a projeção e o prestígio que tem hoje, e ser rotulado de baiano atualmente, reverteu-se numa vantagem, já que a Bahia é uma espécie de capital cultural do País. Todavia, em aluguns lugares do Brasil, ser rotulado de baiano ainda é negativo.

ASSIM ERA O DIA DAS CRIANÇAS


O dia 12 de Outubro foi instituído no Brasil como o Dia da Criança em 1826, no entanto, em minha infância em São Lourenço, zona rural de Caarapó, na década de 1960, quando eu ainda era uma criança, não era comemorado este dia. Sendo assim, eu e as demais crianças, sequer sabíamos que existisse um dia dedicado para as crianças.
Fazia-se alusão sim a esta data como o dia do Descobrimento da América por Cristóvão Colombo. No entanto, a medida que o Brasil foi se tornando uma "sociedade de consumo" esta data passou a ser largamente difundida como o Dia da Criança. Logo o que a consagrou não foi exatamente uma preocupação com as crianças e sim o faturamento das indústrias, especialmente as de brinquedo.

O DESPERTADOR DO TIO JOSÉ

Nos anos 1960, 1970 e 1980, décadas que coincidentemente vivi em São Lourenço, então um sertão, poucas eram as pessoas possuidoras de um relógio. As horas eram determinadas de acordo com as projeções da sombra de um determinado ponto de referência (uma casa, uma árvore, etc). À noite a determinação das horas se dava ouvindo o galo ou os pássaros cantarem. Mas havia exceções. O Tio José era um dos raros moradores em São Lourenço que possuiu um relógio despertador que funcionava dandi corda e não a pilha como, normalmente, ocorre atualmente. Assim sendo, quantas e quantas vezes, nas incontáveis visitas que fiz a casa do Tio, fiquei a olhar para aquele relógio, encantado, desejoso de ter um em casa. Hoje ter um relógio não é tão encantador já que em qualquer aparelho (celular, rádio, carro, etc) tem sempre um. Mas agora são outros tempos. Observação: O Tio José a que me refiro, um dos irmãos do meu pai e não o Tio José, irmã de minha mãe, o bom baiano.

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

TERRAS, NEM DOADAS

Estes dias estava conversando com a minha vizinha, a Dona Maria, atualmente com 81 anos, e conversa vai, conversa  vem, ela contou a história do seu marido que sempre trabalhou nas fazendas como peão e administrador na zona rural de Caarapó e que ele era uma pessoa muito querida. Alguns fazendeiros, dentre eles, o Zé Teixeira, quiseram recompensá-lo doando-lhes terra. É isso mesmo se dispuseram a doar terra para ele.
Ele não quis, sob o argumento de que ser proprietário não era um bom negócio já que a Cia Mate Larangeiras, cujas posses se estendiam por metade do atual território do Mato Grosso do sul, empresa que mandava e desmandava no então Estado de Mato Grosso, o incomodaria na condição de proprietário.
Com efeito, esta Companhia era abusada já que era de certa forma um Estado dentro de outro Estado, no caso o Mato Grosso. Os indígenas, paraguaios, pequenos agricultores e trabalhadores rurais foram vítimas da ganância de Tomaz Larangeiras - o seu dono - contra o qual os governantes do Mato Grosso não tomavam nenhuma providência.
Aliás tanto poder desfrutado por esta Empresa foi uma das causas que levou a população do sul do Estado de Mato Grosso a lutar pela criação do Estado de Mato Grosso do Sul. 
Ouvindo o relato de minha vizinha fiquei pensando, as famílias que adquiriram terras em São Lourenço nos anos 1950, dentre  elas as famílias Ribeiro e Oliveira, meus familiares paternos e maternos, tiveram muito sorte de não terem sido vítimas da Companhia Mate Larangeiras. 



sexta-feira, 17 de agosto de 2018

O SOBRENOME DOS MEUS FILHOS

Queridos parentes, os meus filhos, todos, sem exceção, não assinam Ribeiro, o sobrenome colocado deles,  pelo meu lado, fiz questão de incluir o Oliveira, herdado de minha mãe. Como a sociedade brasileira é muito machista, os parentes, que tenho pelo lado do meu pai, me questionaram porque eu estava renunciando ao sobrenome Ribeiro? 
Quero dizer que tenho o maior orgulho de pertencer a Família Ribeiro. No entanto, eu percebo que as famílias de nossas mães, por  conta deste machismo ficam colocados em um plano de inferioridade. Esta minha atitude é para protestar contra este machismo. Penso que a sociedade deve promover a igualdade de direitos entre homens e mulheres. 

domingo, 12 de agosto de 2018

UMA PALAVRA SOBRE O DIA DOS PAIS

Há 20 anos e oito meses atrás, o meu faleceu. No entanto, os seus ensinamentos, valores morais, espirituais e filosóficos continuam vivos, eu diria que estão eternizados em minha memória. Desta forma posso assegurar que ele vive e continua, sob outra forma, sendo um dos meus grandes orientadores em cada passo que dou.
Aos demais primos tenho a dizer, os seus pais, foram pessoas fantásticas, porque não mediram esforços para educá-los a serem íntegros, honestos e éticos. Parabéns a todos os pais da nossa numerosa família,

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

TIO DITO E FAMÍLIA

 Há um ano atrás faleceu o Tio Dito. Quero dizer que, na condição de espírita kardecista, não creio na morte. Apenas ele está vivendo numa outra dimensão e realizando atividades que o  conduzirão gradativamente a sua perfeição nos aspectos intelectual, moral e espiritual.
Portanto, não precisamos nos entristecer, nem nos deprimir, em algum momento nos encontraremos. Aliás, a lembrança de sua passagem pela Terra, é em si mesma, uma espécie de encontro.

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

SAIU COM A BARBA FEITA APENAS PELA METADE

Relato aqui um fato que não sei dizer exatamente com qual dos filhos do nosso avô Luis Baiano ocorreu. Acredito que foi com o Tio Sebastião, mas certeza, advirto eu não tenho. Sei apenas que ouvi esta história contada pela minha avó paterna, Purcina Ferreira. Ei-la:
Alguém que também não sei quem é,  estava fazendo a barba deste tio e eis que apareceu algo para ser feito e o nosso avô chamou  aos gritos pelo nome deste tio que estava fazendo a barba, que por sinal, estava feita apenas de  um lado. E uma ordem de Luís Baiano tinha que ser cumprida imediatamente a qualquer custo. Pois bem este tio levantou-se e foi cumprir a tarefa determinada pelo nosso avô, pouco se  importando  com a comicidade da cena. O mais importante era não cair na ira de Luís Baiano. 
Este é mais um relato que revela o temperamento do nosso avô.

terça-feira, 31 de julho de 2018

UM FATO RELACIONADO AO PÉ DE CEDRO DE COXIM

Parentes da Família Oliveira, residentes ou que residiram em Mato Grosso, em especial, e também aos demais Oliveiras, relato aqui um fato que ocorreu comigo em 2004 quando fiz uma visita aos Oliveiras residentes em Marto Grosso. Fiz a viagem com carro próprio e no caminho parei em Coxim, exatamente porque como professor entendo ser importante conhecer, quando possível, os pontos ou referências históricas. E para o meu desencanto, na entrada de Coxim, interpelei um menino e perguntei: onde fica o pé de cedro? A resposta quase me fez cair de costas: de que pé de cedro o senhor está falando? Fiquei espantado, afinal de contas, este pé de cedro projetou Coxim no Brasil inteiro, inspirou uma música sertaneja, interpretada e reinterpretada pelas duplas ou cantores mais  renomados do mundo sertanejo.
Somos um País que, via de regra, os brasileiros não sabem sua história, suas origens, por isto, somos facilmente dominados pelo  grande capital, especialmente o estrangeiro.


segunda-feira, 30 de julho de 2018

A MINHA ESTADA NA CASA DA TIA NANA

 Temos aí a Tia Nana, o Tio Antonio e um dos seus filhos. Sobre a Tia Nana contarei um fato que ocorreu comigo em 1982, quando fui visitá-la, lá no Mato Grosso. Ela morava em um sítio. Fui até alá e me hospedei alguns dias em sua casa. 
No entanto, ela fazia parte da congregação denominada Vó Rosa. No primeiro dia, chegando a sua casa tomei um banho e  vesti um short. E a Tia, coitada ficou sem saber o que fazer já que a sua religião não admite que uma pessoa, mesmo não pertencendo a igreja utilize tais trajes como shorts.
Então toda constrangida ela veio conversar comigo e disse, meu sobrinho, eu gosto muito de você, porém, a nossa religião não permite que aceitemos uma pessoa só com shorts. Ela estava vermelha, tamanho o seu constrangimento. Confesso que fiquei com muita pena dela e não me senti nenhum um pouquinho constrangido. Simplesmente fui lá e partir de então vestia apenas camisa e calça comprida e, creiam, desfrutei por alguns dias da companhia maravilhosa dela, do tio, do Baltazar, Baitamar e da Marta.

domingo, 29 de julho de 2018

O EFEITO MÁGICO DAS HISTÓRIAS E ESTÓRIAS

Atualmente com tantos recursos midiáticos (computador, Smartphone, televisão, etc), o contador de história tem sido muito raro nos lares brasileiros, o que é uma pena.
Em São Lourenço, o meu pai e os meus tios tinham o hábito de quando chegavam da lida da roça, cansados, é bem verdade,  em contar histórias e estórias para os filhos. E confesso era um momento mágico.
Muitas e muitas vezes, eles não conseguiam terminar as histórias e estórias, vencidos pelo sono. Então ficávamos cutucando-os para que acordassem e as terminassem. As  vezes, as alteravam porque continuavam a contá-las em estado de semiconsciência, mais ainda assim, gostávamos.
Estou a relatar estas coisas para dizer que esta prática foi muito positiva para estabelecer um laço afetivo, uma cumplicidade entre pais e filhos, uma família sólida e marcada por muito respeito e amor entre pais e filhos.

sexta-feira, 27 de julho de 2018

NERVOSISMO DE LUÍS BAIANO versus TIA NANA II

Outro relato que fiquei sabendo sobre a Tia Nana é que ela gostava muito de ir em festinhas ou bailes e dançar, todavia, o nosso avô, Luís Baiano, nunca aceitou isto. Porém, algumas vezes a Tia Nana, as escondidas conseguiu dar um drible (enganá-lo) e sair sem que o nosso avô percebesse, tendo comparecido sim, em alguns bailes. E certa vez, ao retornar, ela bateu na porta da casa do nosso avô e também dela, já que era ainda solteira para que pudesse entrar. A vó Maria Baiana foi correndo abrir a porta, ocorre que ao colocar a mão na tramela, o nosso avô, extremamente esquentado e nervoso como era, disse: " se você abrir eu atiro na sua mão". Claro que a nossa avó não abriu a porta e a Tia Nana teve que ficar do lado de fora.
Observação: primo Luís, filho da Tia Nana, se a informação não for verdadeira, se manifeste que eu a  retiro ou corrijo.

quinta-feira, 26 de julho de 2018

O NERVOSISMO DE NOSSO AVÔ, O LUÍS BAIANO

Ouvi relatos feitos pelo meu pai sobre o jeito temperamental, isto é, esquentado do nosso avô, o Luís Baiano. A Tia Dila e o Zezinho reforçavam a fala do meu pai, confirmando que o nosso avô era muito nervoso mesmo e conviver com ele exigia muito jogo de cintura.
Pois bem, certa vez, a Tia Nana, arrumou  um admirador, uma espécie de namorado, e, que não era do agrado do nosso avô. Certo dia este rapaz foi até a casa  do nosso avô fazer uma visita a Tia Nana e eis que, o nosso avô de posse de um revólver dirigiu-se até ele, que diga-se de passagem estava ainda montado em seu cavalo. Chegando até o cavalo o nosso avô segurou o cavalo pela clina, sacou do revólver e o apontou em direção ao rapaz, todavia, estava tão nervoso que acabou felizmente não conseguindo disparar a arma e, graças a esta providência divina, uma tragédia não ocorreu. 
No entanto, o nosso avô estava muito trêmulo, a ponto de ter um enfarte.

sábado, 21 de julho de 2018

TIA NANA, TAMBÉM TEVE PROBLEMAS DE ACIDENTE COM A COLUNA

Relatei neste blog, recentemente, o atropelamento que a nossa querida e saudosa vó Maria Baiana sofreu em virtude de uma barbeiragem do nosso avô, o Luís Baiano, com o seu Jipe. Acidente que afetou a sua coluna. Pois bem, a sua filha, a Tia Nana, também foi vítima de um acidente, não com o Jipe, e sim com uma moto, anos mais tarde, quando já residia  no Mato Grosso, e a exemplo da nossa avó, teve que conviver pelo resto da vida com a coluna torta e sofrendo muitas dores.
Que coisa, mãe e filha, vítimas do mesmo problema por causas idênticas, qual seja, acidente automobilístico. 
Observação: estas informações eu as colhi com o primo Luis, filho da Tia Nana.

sexta-feira, 20 de julho de 2018

O TALENTO DE IZAURA PARA LIDAR COM OS ANIMAIS

Sempre ouvi os meus tios, avós paternos e o meu próprio pai dizerem que a a minha mãe, a Dona Izaura, tinha muito jeito e talento para lidar com os animais, gado bovino, cachorro, gato, etc. Todavia, eles ficavam apenas nas afirmações, não apresentavam  exemplos.
Eis que esta semana, o meu primo Luís, filho da Tia Nana, relatou um fato que achei muito interessantes e que vou aqui compartilhar com vocês, meus queridos parentes. 
Pois bem, ele relatou que Izaura ao ter que lidar com uma vaca que recentemente havia dado cria, situação que normalmente o animal é muito bravo, ela ia com jeitinho até o bezerro e o pegava no colo e  o conduzia até o curral e,  quando a vaca vinha enfurecida, ela estrategicamente dava um jeito de  interpor entre ela e a vaca, o bezerro. Então a vaca ao sentir o cheiro do bezerro, ficava dócil. Desta forma a minha mãe fazia o que tinha que ser feito sem ter que ser na pancadaria e se expor a ser uma vítima do animal.
Por isso que ouvi muitas e muitas vezes a frase, a Izaura para lidar com gado era melhor do que os filhos de Luis Baiano, isto é, do que os homens.
Também era eximia castradora de cães e gatos e não menos habilidosa para domesticar os animais.

quarta-feira, 18 de julho de 2018

O ACIDENTE COM A COLUNA DA VÓ.

Parentes, a nossa querida vozinha, Maria Rosa de Oliveira, popular Maria Baiana, eu embora tenha convivido pouco com ela, me lembro que era uma pessoa que falava baixinho, compassado e era muito resignada. No entanto, o seu olhar, refletia muita melancolia. 
Lembro-me que o meu pai dizia que ela em um determinado dia foi vítima de uma acidente. O acidente a que me refiro ocorreu quando o nosso avô, o Luís Baiano, se não estou enganado foi tirar o Jipe da garagem e como o nosso avô era muito barbeiro para dirigir acabou atingindo a vó, machucando a sua coluna, a qual, nunca mais voltou ao normal. Aliás, ela andava um pouco torta e era perceptível que sentia muitas dores.


terça-feira, 17 de julho de 2018

COISAS DE SEO EPIFÂNIO



Ouvi um relato de que quando o meu pai estava para se casar com a minha mãe, a Dona Izaura, antecedendo ao casamento tiveram aquela conversa que normalmente os noivos tem com o Padre, não por ser um desejo do meu pai, mas sim de minha mãe, até então ela era católica. Depois de ter se casado com o meu pai, ela se tornou espírita kardecista, tendo sido, inclusive, uma médium.
Pois bem, sobre este relato, o que tenho a dizer é que sendo o meu pai muito amigo do Padre, e por não ser católico, num determinado momento da conversa, o Padre pediu a ele que se ajoelhasse e abrisse o coração. A resposta do meu pai foi: "Sr. Padre o Senhor é homem como eu, não me ajoelharei, se quiser conversar, conversaremos os dois em pé."E a coisa teve que ser assim.

segunda-feira, 16 de julho de 2018

OS FILHOS, NETOS E NORAS DO LUÍS DA TIA NANA

Temos nestas duas fotos, os filhos, netos e noras do Luís da Tia Nana. Luis são lindos os seus descendentes. Parabéns. 




Estas  duas netas são muita parecidas com as tuas irmãs, Luís.

sábado, 14 de julho de 2018

O MEU CAÇULA

Eis aí, o filho caçula de Enio Ribeiro de Oliveira, o Daniel. Por coincidência ele nasceu no mesmo mês que o pai nasceu, isto é, agosto, o pai em 19 de agosto e ele no dia 25.

quinta-feira, 12 de julho de 2018

A vocês, integrantes da Família do Tio Lilo, cabe revelar os nomes de todos os integrantes desta foto. De qualquer forma eu sei o nome de alguns. 

VIVA OS TIOS

Nesta fota temos da esquerda para a direita: Tia Cida, Tio Lilo, Tio Dito e Tia Iracy. Viva as nossas origens. Muito do que somos queridos tios, devemos a vocês.


FAMÍLIA AUMENTANDO

A Família Oliveira não para de crescer. Desta vez porque o primo Altair Oliveira Filho ficou noivo de Carolina, assim sendo brevemente ela será oficialmente mais uma integrante da Família. Que seja muito bem vinda prima. 

TIA MARIA E A HISTÓRIA DO PORCO

Nesta foto temos aTia Maria e o Altair.
 A Tia Maria é nossa prima porque é filha de Tia Dila, e é também tia porque casou-se com o Tio Sebastião. Assim, é simultaneamente nossa tia e  prima, ou como  se diz popularmente, é duas em uma.
Sobre a Tia Maria, quero contar pra vocês parentes, um fato que impressionou a minha  esposa, a Jôse. Em 1996 fomos visitar os Oliveiras residentes em Mato Grosso, e, num destes dias, fomos a casa do Tio Sebastião e da Tia Maria. E eis que ela, sozinha havia matado um porco e o estava carneando. A minha esposa comentou comigo que mulher danada, isto é, guerreira, sozinha deu conta de matar e carnear um porco. A Tia é demais. Claro que eu concordei.


AS PRESEPADAS DO TIO LILO

O Tio Lilo, desde criança, sempre gostou de presepadas (aprontar). Aprontava, inclusive com  a vó Maria Baiana (sua mãe). 
A vó já morando em Mato Grosso, se converteu a religião denominada Vó Rosa. Assim sendo, todos os dias, por volta das 18 horas, já anoitecendo, ouvia pelo rádio um programa sob a responsabilidade dos   pastores desta congregação. Neste momento os fieis além de ouvirem as mensagens, o  aproveitavam para agradecer por algum objetivo alcançado ou para fazer algum pedido, tais como, a cura de alguma enfermidade, para harmonizar alguém da família que se encontrava perturbado, etc.
Pois bem, o que fazia o Tio Lilo ? Gozador como era, trazia machado, enxadas, foices, martelos, etc. e dizia: "mãe aproveita e faça um pedido para o mensageiro abençoar estas ferramentas".
Mentira ou verdade, Tio Lilo?

quarta-feira, 11 de julho de 2018

SONHOS FRUSTRADOS

Estava a olhar esta foto coletiva dos tios,  quando ainda muito jovens. Fiquei imaginando, quantos sonhos cada um deles deveria ter ?  No entanto, o nosso  avô o Luís Baiano, sempre ignorava estes sonhos  e resolveu internar-se no Mato Grosso nos anos 1970, arrastando consigo os filhos.
Lembrando que a fazenda que o nosso avô tinha no Saverá, Caarapó (MS), estava toda ela formada com pastagem. Eu a visitei, era bonito de se ver. Acredito que se os tios tivessem permanecidos em Caarapó o destinho lhes teria sido mais generoso.


domingo, 8 de julho de 2018

PAPAI, MAMÃE, VOVÔ E VOVÓ

Para apimentar a nostalgia, queridos primos e tios, de volta ao passado, para ser mais exato ao São Lourenço (décadas de 1960 e 1970), provoco a memória de todos vocês e afirmo que  era um hábito comum a  todos nós ao nos dirigirmos ou nos referirmos aos nossos pais e avós, utilizarmos os termos papai, mamãe, vovô e vovó, termos que sem dúvida, revelam uma maior intensidade afetiva entre filhos e pais, netos e avós.
Hábitos saudáveis e típicos das comunidades rurais. Todavia, com o início de uma nova fase da indústria no Brasil e com a veloz urbanização brasileira, somado ao fato de que ingressamos na adolescência, começamos a nos sentir constrangidos em se dirigir aos nossos país e avós, como dantes nas terras dos Ribeiros, e aos poucos passamos a utilizar os termos pai e mãe e a duras penas , conseguimos perpetuar o termo vovô e vovó. 
Todavia, os nossos filhos e netos, boa parte, ignoram estas tradições. E digo mais, inclusive, o hábito de pedir a benção está sendo gradativamente abandonado. O Brasil rural, mais afetivo e mais solidário, está cedendo lugar a um Brasil menos afetuoso, mais empreendedor e mais racional, o que nos coloca como imperioso o esforço,  não de uma volta ao passado, porque de uma vez por todas, nem como hipótese pode figurar tal pretensão. Mas  sim, como se modernizar, progredir, recorrendo a um grande revolucionário: Ernesto Che Guevara, "temos que endurecer sem perder a ternura". No Brasil do século XXI é impossível sermos como nos anos 1950 e 1960, quando o Brasil era uma sociedade rural, todavia, valores humanistas e éticos, creio que devemos nos esforçar para perpetuá-los.
Observação: estes relatos que eu fiz tenho certeza que são válidos para a família do meu pai, já com relação a família da minha mãe, deixo que responda o Tio Lilo, o Luís da Tia Nana e outros que viveram e conheceram o São Lourenço, terrinha que o vovô Luís Baiano e a vovó (Maria Baina) moraram por algum tempo.

sexta-feira, 29 de junho de 2018

O DRAMA DO TIO JUSCELINO


o Tio Juscelino quando estava prestando o serviço militar obrigatório, ou como é dito popularmente, servindo o Exército Brasileiro, teve a infelicidade de disparar acidentalmente a sua arma, um Mosquetão,  que culminou com a morte do soldado atingido pelo disparo de sua arma.
Como o Tio era uma pessoa de bem, nunca mais foi o mesmo depois desta tragédia. Tornou-se uma pessoa triste, distante mesmo. Constituiu família (mulher e filhos),  mas o fato de em um fatídico dia, ter tirado a vida de alguém, na condição de cristão que era, o tornou em certa medida, numa pessoa infeliz. Ouso dizer que este acidente se refletiu na relação dele com a família, amigos e conhecidos. 
Da minha parte, pouco convivi com os parentes maternos, assim sendo, pouco sei sobre o Tio Juscelino, mas confesso, gostaria muito de ter tido uma convivência maior com ele e, quem sabe, em alguma medida, ter contribuído para que  a dor no peito (dor moral) que ele carregou pelo resto de sua vida após este acidente, tivesse causado menos tristeza a ele.

EDUCAÇÃO PARA O PATRIOTISMO OU PARA O SOFRIMENTO?

Lorraine, o seu filho, Bernardo e o seu Marido, o Herbert. Quero aqui fazer a seguinte pergunta, Lorraine: vocês estão educando o meu neto a ser um patriota ou  a sofrer desde cedo? Estou no aguardo da resposta.

domingo, 24 de junho de 2018

BAIANO E BAIANÃO


Nos anos 1960 e 1970, período que morávamos em São Lourenço, o preconceito contra nordestinos no Centro-Sul do País era muito maior do que é atualmente.  A causa de toda esta animosidade que contrapõe nortistas e sulistas  (popularmente  a divisão regional brasileira se reuduzia a região Norte e Sul, isto durante praticamente todo o Século XX). 
A sociedade brasileira em meados do Século XX era predominante analfabeta, especialmente no meio rural, assim sendo, desconhecia a divisão regional adotada pelo IBGE e ensinada nas escolas, quais sejam,  Norte, Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Sul. 
O povão reduzia o Brasil a duas regiões: Norte e Sul, Aliás, a música " A TRISTE PARTIDA", interpretada pelo cantor nordestino, Luis Gonzaga, utiliza esta expressão,  em um trecho : "entonce o Nortista tão forte, vai ser escravo no Norte ou no Sul".
A causa deste preconceito e aversão recíproca entre os nordestinos e o Centro Sul do Brasil, historicamente, explica-se pelo fato de no Nordeste Brasileiro, no período colonial estar localizado o poder político econômico e político do País, ciclo da cana-de-açúcar. Não por acaso, a capital brasileira era Salvador. 
Todavia, a crise da atividade açucareira no Nordeste deslocou o poder político e econômico para o Estado de São Paulo, mais precisamente para a burguesia cafeeira. A partir de então foi estabelecido um clima de disputa pelo poder político e econômico no País. Da parte  do Nordeste a luta se dá visando recuperá-lo. No Centro Sul, liderado pelo Estado de São Paulo, a luta se dá no sentido de mantê-lo.
Por conta disso ao longo do tempo foi se construindo todo um discurso de preconceito e a discriminação tanto no Centro Sul como no Nordestre de uma região contra a outra. Não por acaso, no Nordeste, os nordestinos quando querem desqualificar alguém o chamam de Paulista. E no Centro Sul, quando se deseja desqualificar um nordestino, é só  chamá-lo de baiano.
No Sul do antigo Estado de Mato Grosso, atualmente Estado de Mato Grosso do Sul, o qual sofreu um colonialismo cultural paulista, não por acaso a maioria dos seus habitantes torcem para os times paulistas, enxergam São Paulo como Estado Modelo, e claro, reproduzem o preconceito contra nordestinos.
Trazendo esta discussão para o contexto doméstico, ou seja, o São Lourenço, quando o desejo era desqualificar alguém que cometia um erro, expressava um ponto de vista equivocado,etc.,  dizia-se: "você parece que é baiano". 
O carrapicho, uma erva daninha e espinhosa e até certo ponto odiada, não por acaso, é conhecida popularmente como "bosta de baiano".
Logo ser apelidado de baiano em nosso Estado era constrangedor. E eu e o Alberto por sermos netos de Luis Baiano (meu vô realmente nascera na Bahia),fomos carimbados com os  apelidos:  Enio(Eu, de Baiano e  o Alberto ,Baianão, verdade seja dita, nos sentíamos bastante constrangidos. No entanto, com o  passar do tempo aprendemos a administrar esta situação e, modéstia a parte, tiramos de letra.
 E vejam queridos parentes, como são as coisas, hoje, a Bahia exerce o papel de uma capital cultural do Brasil, especialmente, Salvador, na música, carnaval, etc. Atualmente ser denominado de baiano significa diante do novo contexto um elogio, "status" mesmo.  

sábado, 23 de junho de 2018

VISITA AO MUSEU HISTÓRICO DE DOURADOS

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Visita que fiz com o meu filho caçula ao Museu Histórico de Dourados no ano de 2016. Ele gostou muito do que viu e aproveitou bastante a visita  para conhecer um pouco mais sobre a História de Dourados.



EU E O MEU FILHO, O DANILO

Foto com o meu filho, Danilo (20 anos), em um monumento erguido em uma praça pública da cidade de Pedro Juan Caballero (Paraguai), em homenagem aos soldados paraguaios que lutaram na guerra do Chaco (Pantanal aqui no Brasil). Esta guerra envolveu o Paraguai e a Bolívia.

A ESPERTEZA DO TIO LILO


Luis Baiano quando comprou terras em Mato Grosso (uma fazenda), de imediato não mudou-se para lá. As terras estavam ainda virgens e eram muito isoladas da cidade. Por conta disso, primeiramente foram os seus filhos, sem as famílias e  tomaram as primeiras providências visando ocupar  aquelas terras. Providências como construir casas, abertura de estradas, início da derrubada de parte das matas existentes na fazenda, etc. 
Por conta disso era uma região muito  doentia e dentre as doenças muito comuns, a febre malária, era uma delas. Os seus filhos dormiam em redes e ficavam totalmente expostos as picadas dos mosquitos transmissores desta doença. No entanto, o Tio Lilo, bastante esperrrrrto levou um mosquiteiro com o qual cobria-se durante a noite, e graças a este cuidado safou-se de contrair as doenças, ao contrário dos seus manos.

sexta-feira, 22 de junho de 2018

ASSIM ERA O TIO SEBASTIÃO

 Em 1996 fui visitar pela segunda vez os primos e tios residentes em Mato Grosso, pertencentes, óbvio, a Família Oliveira. Chegando a fazenda que fora de Luís Baiano e Maria Baiana, me hospedei por alguns dias por lá. Em um desses dias ocorreu um jogo de futebol. O Tio Sebastião era um dos jogadores. Mas a preocupação dele não era exatamente a mesma demonstrada pelos demais jogadores, para os quais,  embora fosse uma brincadeira, era importante vencer o jogo. 
Para o Tio Sebastião a preocupação era dar um drible no estilo Mané Garrincha em alguém. Depois de inúmeras tentativas ele conseguiu o seu intento. 
Ao conseguir dar o inusitado drible, sentiu-se totalmente realizado, o mais feliz dentre todos os seres humanos do Planeta. Sentou-se na beira do campo e deu gargalhadas e mais gargalhadas.  Para ele o jogo encerrara a partir deste momento.

PRA CORREÃO.

Acredito que nesta foto estão os Tios Zé, Lilo e o Miguelzinho Lopes (este último, cunhado do Tio Zé Baiano) e  a frente temos a Tia Ana e os seus filhos (Joãozinho e Cida). O menino com paletó preto, é o Josafá, filho de um irmão do Vô Luis Baiano. E a mulher da esquerda, tenho que descobrir o nome.

quinta-feira, 21 de junho de 2018

OS TIOS

Da esquerda para a direita temos os Tios Dito, Nana e Lilo. A Tia Nana e o Tio Dito (falecidos), e o Tio Lilo, o único dos filhos de Luis Baiano  vivo,  sendo que o Tio Dito era o filho mais novo e a Tia Nana a mais velha, dentre todos os filhos, do casal Luís Baiano e Maria Baiana.


AS TRIGÊMEAS

Eis aí um registro do Tio Sebastião com as suas três filhas (trigêmeas), três princesinhas. Eu as conheci quando estavam com cerca de 12 anos. Todavia, antes de conhecê-las,  tinha ouvido e muito a Tia Dila fazer referências a elas. A Tia Dila para os primos mais novos, era irmã da Vó Maria Rosa (Maria Baiana) e morava em Dourados, juntamente com o seu filho Zezinho (os dois já faleceram). Como resido em Dourados, algumas vezes a visitava e aí a conversa sobre a baianada ia longe.

quarta-feira, 20 de junho de 2018

Nesta foto que deve ser um registro de aproximadamente 05 anos atrás, na casa do Alberto, em Caarapó, temos da esquerda para a direita: Josefa da Silva (popular Jôse) e o  Daniel, respectivamente esposa do Enio, Enio e o Alberto.


HISTÓRIAS SOBRE AS COPAS



Em conversas que tive com o meu pai sobre  as Copas do Mundo realizadas nos anos 1950 e 1960, os relatos que ele fez é de que,  quado possível, os amantes do futebol as acompanhavam pelo rádio.Desnecessário dizer que nem todos tinham condições de comprar um rádio. E mesmo quando tinham, em virtude de serem alimentados com baterias e mais tarde com pilhas -  a oferta de energia era escassa -  quem possuía um rádio, utilizava com muito critério, em torno de meia hora por dia. Dificilmente alguém tinha um rádio para ouvir jogos. 
Sendo assim, as pessoas, não raro andavam quilômetros à pé, de bicicleta ou à cavalo até a casa de algum generoso cidadão que tivesse um rádio e que o disponibilizasse para ouvir transmissões desportivas. O meu pai, amante do futebol, era um dos raros cidadãos que possuía um rádio em São Lourenço e o utilizava para tais eventos, dentre eles, as copas. Havia muito ruído na transmissão, mas ainda assim, as pessoas não desistiam de ouví-la, torcer e sofrer pelo Brasil.
Ele me relatou que o meu avô materno, o Luís Baiano, possuía um rádio, mas era expressamente proibido ouvir jogos no mesmo. Ocorre  que um dos seus filhos o Tio Lilo, um amante do futebol, desafiava o Luís Baiano e vinha para a casa do meu Pai, já que este casara-se com a sua irmã, a Izaura. Algumas vezes, o Tio Lilo, dormiu na casa do meu pai, o que não agradava de jeito nenhum a Luís Baiano, mas o Tio o desafiava.
Já no início dos anos 1970, entrou em cena a TV branco e preto, não em São Lourenço, mas em Dourados. Todavia, as transmissões desportivas não eram realizadas ao vivo. Assistia-se ao videotape, isto é, uma gravação. No caso de Dourados, depois de aproximadamente duas horas do jogo realizado, o videotape chegava em avião vindo do Rio de Janeiro, quando então era exibido em alguns pontos da cidade: o Bar Douradense era um destes pontos. Como em 1970 o Brasil venceu todos os jogos, as pessoas  ouviam o jogo pelo rádio e depois vinham para Dourados assistir o videotape. Vinham na caminhonete Wyllis de Edson Daniel. Lembro-me de uma noite que esta viagem foi feita em dia muito frio. Mas ninguém até  hosto se mostrou  arrependido do sacrifício realizado.

TIO GABA, UMA BOA MEMÓRIA

Em 1982 resolvi visitar a Família Oliveira, a qual, mudara-se para Cáceres, Mato Grosso, no início da década de 1970 e desde então nunca mais nos visitamos. Se tornamos, por assim dizer, ilustres desconhecidos.  Quando esta família mudou para Mato Grosso, eu ainda era uma criança. Pois bem, em 1982, eu já estava com 22 anos. Pra ser mais exato cheguei na fazenda da Vó Maria no mês de Julho de 1982, á noite, acredito que por volta de umas 20 horas. 
Fiz esta viagem de ônibus, portanto, cheguei a fazenda como uma mochila nas costas, um andarilho, diga-se de passagem com um medo danado de encontrar uma  onça no trajeto compreendido  da rodovia até a fazenda. Nunca havia estado neste lugar. Bati palma e vieram me atender o Tio Dito, a Vó Maria e o Gaba. Todos ficaram me olhando. Disse a eles: Boa Noite. depois perguntei: é aqui que mora a família do Luís Baiano?. Todos me olharam intrigados. Vocês não estão me reconhecendo? Ninguém respondeu nada. Depois de alguns minutos, o Tio Gaba disse, você é o Enio, o filho da Izaura. Ele foi o único que me reconheceu. Depois disso foram muitos abraços e grande parte da noite me pus a falar dos conhecidos que a Família Oliveira havia deixado em Caarapó e Dourados e sobre os quais, com grande ansiedade, desejava saber notícias. Naquele tempo não  havia telefone celular, watasapp, logo  o isolamento era físico e virtual. Aquela foi  uma noite fantástica.

 Tio Gaba. Este olhar é marcante.

TIO LILO, ESPOSA E FILHOS.

Família do Tio Lilo. Eis os nomes dos membros desta Família, da esquerda para a direita: Tio Lilo, sua filha Gilvânia Cardoso de Oliveira (popular Gil), sua espoa Iraci Cardoso de Oliveira e o seu filho Altair Aparecido de Oliveira. Uma imagem bonita de se ver.


terça-feira, 19 de junho de 2018

TIA CIDA E A ROSANA

Esta é a Aparecida Oliveira, a Tia Cida e ao colo a sua filha, a Rosana. A Tia Cida é natural de Caarapó (MS), Família dos Bingas. Conheceu o Tio Dito ainda muito jovem, quando este morava aqui em Caarapó. Com ele teve três filhos, sendo duas meninas e um menino.


segunda-feira, 18 de junho de 2018

OSMAR

Osmar de Oliveira, era o filho mais novo de Tio Zé Baiano e a  Tia Ana Lopes, a primeira esposa do Tio, que morreu vítima de câncer no Saverá (Caarapó- MS). Não demorou muito o vô Luís Baiano comprou uma fazenda em Cáceres, Mato Grosso, e o Tio Zé Baiano, a exemplo dos outros filhos de Luís Baiano se mudou para aquele Estado. O Osmar morreu muito jovem a exemplo da sua irmã, a Ivani.
Quem tomou conta dele e dos demais irmãos, por muito tempo, foi a Dona Tereza, mãe da primeira esposa do Tio Zé Baiano, a Tia Ana. Mesmo depois do Tio Zé Baiano ter se casado com a Tia Fia, uma cacerense, a Dona Tereza morou por muito tempo em Cáceres, e, durante todo o tempo que esteve lá cuidava com grande zelo dos netos. 


Osmar, quando era bebê.

ALTAIR E ESPOSA

Altair Oliveira e sua Esposa,  Lindaura Silva de Oliveira. Ao casal desejamos, todos nós, da Família Oliveira,  que percorra 50 anos de convivência, seguindo assim, os passos do Tio Lilo e da Tia Iracy, primo Altair.


UM MOMMENTO DÍFICIL PARA O JOÃZINHO.

Temos da esquerda para a Direita: Altair Oliveira (filho do Tio Lilo), Aparecida Maria Oliveira e João  Oliveira (popular Joãozinho), ambos filhos do Tio Zé Baiano. O Joãozinho está vivendo um momento difícil, haja vista que, no momento está sem a visão. Mas ainda assim, pousou para esta foto, demonstrando que a vida continua e os desafios serão enfrentados. Que Deus te dê muita força Joãozinho.


TIOS LILO E IRACI, 50 ANOS DE CASADOS


Tio Lilo ou Arcenilio Plinio de Oliveira e Iraci Cardoso de Oliveira selando os 50 anos de casados com um beijo, sob os aplausos do filho do casal, Altair de Oliveira. Realmente é um feito histórico que merece ser comemorado. Que venham os outros 50 anos, queridos tios.


domingo, 17 de junho de 2018

A MARCHA PARA O OESTE UNIU OS RIBEIROS A FAMÍLIA DE LUÍS BAIANO



EM 1943, o então presidente Getúlio Vargas, assinou o decreto criando a Colônia Agrícola Nacional de Dourados (CAND). Por conta desta reforma agrária em nossa região,  dez mil famílias  foram assentadas em Dourados, oriundas de vários estados e regiões brasileiras: Minas Gerais, Goiás, São Paulo e  milhares de nordestinos. Também imigrantes sírios, paraguaios, italianos e japoneses. Só de japoneses, graças ao acordo feito na época entre o governo brasileiro e do Japão, mil famílias foram assentadas em Dourados.
Pois bem, neste contexto, se inserimos nós, oriundos de nordestinos. Os Ribeiros (Augusto Ribeiro, Purcina Ferreira e  filhos) todos nordestinos que,  no ano de 1954,  se estabeleceram no município de Itaporã, então um distrito de Dourados. Seis meses depois foram morar em São Lourenço, Caarapó. Por outro lado, Luís Antônio de Oliveira (popular Luis Baiano) e sua esposa Maria Rosa Oliveira, nascidos na Bahia, para cá se mudaram com os filhos. Este casal adquiriu terras em São Lourenço e para cá se mudou, sendo acompanhados pelos filhos.


Maria Rosa de Oliveira (Maria Baiana)
Luis Antônio de Oliveira (Luís Baiano)

Já morando em São Lourenço, Epifânio Ribeiro (meu pai) filho de Augusto Ribeiro e Purcina Ferreira conheceu Izaura Ribeiro de Oliveira (filha de Luís Baiano e Maria Baiana) com quem mais  tarde começou a namorar e finalmente casou-se, e, desta forma um laço de parentesco e de amizade se estabeleceu entre as duas famílias (Ribeiro e de Luís Baiano).
O interessante é que no início, a minha avó paterna (Purcina Ferreira), não queria de jeito nenhum que o meu pai se casasse com Izaura, já que a imagem construída sobre o Luís Baiano, era a de ser  muito ignorante e mau. Ignorante, sim, mau não. E a minha avó temia pela vida, naturalmente de seu filho,  o Epifânio Ribeiro. 

Purcina Ferreira e Augusto Ribeiro

Lembrete: Luís Baiano, primeiramente morou em São Lourenço, depois em Nova América e finalmente no Saverá, próximo a Caarapó. onde comprou uma fazenda para qual se  mudou juntamente com todos os seus filhos. E no início da década de 1970, comprou terras no muncipio de Cáceres,em Mato Grosso, mudando-se mais uma vez com toda a família. 

sábado, 16 de junho de 2018

OS MUTIRÕES EM SÃO LOURENÇO.



Nos anos 1950 e 1960 a estrada que ligava o São Lourenço a Nova América, Caarapó e Dourados apresentava-se  muito precária.Esta estrada atravessa o Córrego São Lourenço, sendo que nas duas margens deste córrego existe uma planície com extensão de aproximadamente  300 metros em cada lado  e que nas décadas citadas, era extremamente pantanosa, haja vista que, naquele período histórico, o São Lourenço ainda estava coberto de matas e, como se sabe, onde existem florestas, o reservatório subterrâneo aquático é muito mais raso, mais próximo mesmo da superfície terrestre, porque a água é puxada pelas raízes das árvores. 
Assim sendo, nesta planície, as águas ficavam acima da superfície terrestre, alagando-a, formando extensos pântanos. Alguém que se propusesse atravessá-la com algum veículo, era quase certo que atolaria. Até tratores muitas e muitas vezes atolaram ao atravessá-la. Sendo mais claro, mesmo a pé, atravessá-la era um grande desafio.
E, naquele período a Prefeitura Municipal, primeiramente de Dourados, já que  até 1958, Caarapó era um Distrito de Dourados e mesmo  depois da transformação deste  distrito em Município,  a Prefeitura de Caarapó, não se fazia presente prestando  serviços em benefício dos camponeses residentes em São Lourenço, dentre eles, abertura e manutenção desta estrada.
Diante disso os  camponeses tiveram que realizar a  manutenção e os melhoramentos nesta estrada, o que fizeram, recorrendo aos mutirões. Dentre as famílias que participaram destes mutirões podem ser citadas a dos Ribeiros, dos Lopes, a de Luís Baiano, do Pascoal, do Seo Agostinho e outros.
Os camponeses constituíram diversas equipes: a de roçadas, a que abria valetas visando a drenagem desta planície pantanosa,  pela colocação de pedras nos atoleiros (buracos) e a de alimentação, constituída pelas  mulheres dos camponeses. E desta forma lograram êxito  em romper o isolamento que São Lourenço estava condenado a sofrer em relação a Nova América, Caarapó e Dourados, caso não fizessem nada. 
Lembrando que os camponeses  precisavam ir a um destes lugares para comercializarem o excedente de suas respectivas produções agrícolas, em especial a de arroz e comprarem alguns produtos industrializados: açúcar, querosene, farinha de trigo, fumo caipira, farinha de mandioca, enxadas, foices, machados, etc. 
E estes mutirões contribuíram para aproximar estas famílias e estabelecer um espírito de cumplicidade entre elas, uma relação que pode-se dizer de parentes.  Era como se,  em São Lourenço, existisse uma única família. 
Era muito bonito  ver o momento em que as famílias paravam para as refeições. O cardápio era constituído por ovo frito, farofa, arroz, feijão, carne de frango, café, bolo de milho. Porém, como eram preparados por diversas cozinheiras, o tempero das refeições era diferenciado. E os camponeses, num espírito de muita camaradagem, de cumplicidade e de partilha, saboreavam as refeições preparadas por todas as cozinheiras e, ao saborearem pratos com temperos diferentes a comida ficava mais apetitosa. Ou seja, as paradas para as refeições, se constituíram  em momentos de festas, de confraternização e que marcou indelevelmente a todos àqueles que viveram estes momentos, além de ter contribuído para selar um clima de muita confiança entre todas as famílias camponesas residentes em São Lourenço.
Observação: quando alguma das famílias camponesas precisava plantar ou colher em tempo record, muitas e muitas vezes, recorreu-se aos mutirões.

sexta-feira, 15 de junho de 2018

GABA, UM SOLITÁRIO

Izaurino de Oliveira, (popular Gaba), filho de Luís Baiano,  ainda criança sofreu uma queda, acidente que afetou o seu cérebro e por conta desta queda, durante toda a sua vida apresentou deficiência intelectual. Por conta disso nunca pode casar-se e quando moço apaixonava-se por todas as moças que via. Costumava dizer que estava namorando-as, claro, que elas de nada sabiam. Eram coisas que ele punha na cabeça e cria que fossem reais. Esta deficiência intelectual o irritava muito e somada a impossibilidade de namorar, casar-se, constituir uma família, fez dele uma pessoa muito rebelde. Por tudo isso praticava pequenas malvadezas, especialmente com a sua mãe, a Maria Baiana. 
Mas mesmo sendo muito um rebelde, temia o seu pai, o Luís Baiano, em virtude deste também ser muito nervoso (esquentado), sendo assim contra este nada aprontava. Agora
 com a Vó Maria, quando ela pedia, por  exemplo, para  capinar as ervas daninhas do jardim da casa em que moravam, ele propositalmente capinava também as flores.