No São Lourenço, município de Caarapó, nos anos 1960 e 1970, ouvi muitas vezes as pessoas se referirem ao carrapicho - uma planta que produz espinhos e que ao passarmos e relarmos neles, nossas vestes ou nossa pele, os mesmos grudam - como bosta de baiano. Esta frase era e ainda é, a tradução na prática de toda uma herança de preconceito contra o nordestino no Centro do Sul do Brasil. A origem deste preconceito não é gratuita, se deu porque, no período colonial, o Nordeste era o centro econômico e político do País, condição que perdeu após o ciclo da cafeicultura para o Estado de São Paulo. Porém, receoso de que o Nordeste possa em algum momento recuperar este status, no Centro Sul do Brasil, existe toda uma construção que procura associar tudo de negativo ao nordestino. Eis alguns exemplos: o nordestino é relaxado, gosta de sujeira, é ignorante,etc. Sendo o carrapicho um planta espinhosa que causa muito incômodo, não por acaso, foi associado ao nordestino que no Centro Sul do Brasil, genericamente é rotulado de baiano, ainda que tenha nascido em outros estados nordestinos. Sendo netos de baiano, aliás o meu apelido era baiano, enquanto o Alberto, o meu irmão, Baianão, nos sentíamos bastante incomodados. Naquele tempo, a Bahia não tinha a projeção e o prestígio que tem hoje, e ser rotulado de baiano atualmente, reverteu-se numa vantagem, já que a Bahia é uma espécie de capital cultural do País. Todavia, em aluguns lugares do Brasil, ser rotulado de baiano ainda é negativo.
Este blog busca o resgate da história desta família que tem como ponto de partida o casal Luis Baiano e Maria Baiana. Este resgate se dará recorrendo a fotos, vídeos, áudios, poemas, artigos, textos, charges e documentos (registros de nascimento, certidão de casamento, carteira de identidade e outros). Todos (filhos, netos, sobrinhos, noras, genros, amigos e conhecidos), sem exceção, estão convidados para mais esta empreitada.
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