Nos anos 1960, 1970 e 1980, décadas que coincidentemente vivi em São Lourenço, então um sertão, poucas eram as pessoas possuidoras de um relógio. As horas eram determinadas de acordo com as projeções da sombra de um determinado ponto de referência (uma casa, uma árvore, etc). À noite a determinação das horas se dava ouvindo o galo ou os pássaros cantarem. Mas havia exceções. O Tio José era um dos raros moradores em São Lourenço que possuiu um relógio despertador que funcionava dandi corda e não a pilha como, normalmente, ocorre atualmente.
Assim sendo, quantas e quantas vezes, nas incontáveis visitas que fiz a casa do Tio, fiquei a olhar para aquele relógio, encantado, desejoso de ter um em casa. Hoje ter um relógio não é tão encantador já que em qualquer aparelho (celular, rádio, carro, etc) tem sempre um. Mas agora são outros tempos.
Observação: O Tio José a que me refiro, um dos irmãos do meu pai e não o Tio José, irmã de minha mãe, o bom baiano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário