sábado, 27 de abril de 2019

MULHER, VESTIR CALÇA COMPRIDA.UM DIREITO RECENTE



Até a década de 1970, embora criança, me lembro muito bem que as mulheres não podiam vestir calça comprida. E quando começaram a utilizar, a calça não podia ter braguilha. A saída ao invés de ter passadores, foi a de colocar-se  um elástico em calças a serem confeccionadas para mulheres, a exemplo dos calções, para que não ficassem caindo. Também recorreu-se ao expediente de ter uma abertura lateral, tendo como prendedor um botão ou uma presilha que tão logo a calça fosse vestida pela mulher, era abotoado para impedir que a calça arriasse. Depois de algum tempo elas puderam fazer uso da calça com braguilha desde que ao invés de botões tivessem um zíper para fechá-la.
USO DE CALÇAS PELAS MULHERES NO SENADO FEDERAL
O interessante é que a primeira vez que uma mulher teve permissão para usar calça comprida no Plenário do Senado foi há duas décadas. O uso do traje era proibido até 1997, quando um ato do então presidente, senador Antônio Carlos Magalhães (1927-2007), permitiu a entrada e a permanência de mulheres com essa vestimenta. O uso também foi liberado nas salas das comissões, na sala do café dos senadores, na tribuna de honra e na bancada de imprensa.
Uma questão simples, mas que só foi resolvida há 20 anos, revela como ainda é recente a participação das mulheres na vida política do país. Eunice Michiles, a primeira senadora eleita do Brasil, assumiu o cargo em 1979. Na época não havia nem mesmo um banheiro feminino no Plenário. Atualmente, a Casa tem 13 senadoras.
E não fosse a eclosão do movimento de contestação, dentre eles, o movimento hippie que sacudiu o mundo na da década de 1960, este direito, aparentemente tão simples, ainda não seria possível.

Caracteríticas do movimento Hippie
Uso de roupas coloridas, homens de barba e cabelo compridos, moças com flores no cabelo, músicas com violão e acampamentos. Em suma, os hippies recusavam a sociedade de consumo e a família tradicional. Além disso, admiravam a cultura do Oriente, vestiam batas indianas e apreciavam a alimentação natural, operou-se uma revolução sexual:   os homens passaram a utilizar cabelos compridos masculinos e as saias femininas encurtaram, entrando em cena, a mini-saia. Quebrar o tabu da virgindade era visto como uma forma de libertar as pessoas. A pílula anticoncepcional virou arma feminina na luta pelo prazer.



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