Queridos parentes, de volta ao passado, vou fazer uma narrativa de como eram os partos das crianças nos anos 1950, 1960 e 1970, em São Lourenço, bem como na zona rural de Caarapó. As mulheres não tinham o pré-natal como atualmente. Aliás, não existia o Sistema Único de Saúde (SUS), diga-se de passagem, o SUS, é uma grande conquista da Constituição Federal de 1988, a constituição Cidadã.
No entanto, os governantes neoliberais querem detonar com o sistema.
Naqueles tempos, os camponeses e as camponesas se viravam com as ervas, as benzedeiras, as parteiras e em casos extremos iam ao farmacêutico. No nosso caso, outrora moradores em São Lourenço, o farmacêutico estava estabelecido em Nova América (uma vila, denominada pelos camponeses de Patrimônio e não de Vila, porém, com o mesmo significado).
Pois bem, voltando ao início da nossa conversa, as mulheres nas décadas citadas, eu as classifico de heroínas e muito corajosas já que para procriarem em tais condições, sem dúvida, tinham muita coragem, verdadeiras heroínas. Durante a gestação ou o pré-natal, se valiam dos conhecimentos das mães, avós e as mais felizardas das parteiras. Todavia, no momento do parto, era um reboliço na vida da parturiente, os maridos ou filhos andavam quilômetros, à pé, as vezes à cavalo ou trator para encontrar a parteira.
Minha mãe, teve 04 filhos assistidos por parteiras. Quando do meu nascimento, a parteira de minha mãe, foi a dona Felismina.
Em muitos partos, porém, surgiam complicações e a parteira tinha que se virar nos 30. Após o parto, a mãe ficava confinada por 07 dias em quarto escuro, não se abria as janelas, para que mãe e filho não tivessem problemas. A alimentação da parturiente era canja de galinha.
Os demais camponeses iam visitar a criança e levavam como presentes, galinhas, porcos, alguma fruta.
Quanto as parteiras, normalmente se tornavam madrinhas, e, eram consideradas como membros da família. Mereciam todo o respeito da família que assistia. Eram consideradas por assim dizer, os anjos da vida.