Em 1982, viajei para o Mato Grosso, quando uma visita fiz a minha Vó, a Maria Baiana, e os meus tios, naquele período, praticamente todos ainda vivos, somente o Tio Juscelino havia falecido, e dos vivos, apenas o Tio Lilo não morava neste Estado, e lógico, os primos e primas, todos meus parentes sanguíneos por parte de minha mãe, Izaura Ribeiro.
Peguei o endereço da baianada com a Tia Dila,Tia que morava em Dourados. Ela disse eles moravam em Padre Inácio. Perguntei ao Zezinho, filho da Tia Dila, como chegar a fazenda da Vó Maria.
O Zezinho sabia que eu a faria a viagem de ônibus. Então ele me disse, até Cáceres, não tem erro. Mas chegando em Cáceres, compre a passagem para o Caramujo, então toque dois dedos de prosa com os cobradores e pergunte pelos baianos, e não tem erro.
Eu pensei com os meus botões, será que não vou errar. Fiz a viagem muito apreensivo, aliás, a fiz sozinho, não conhecia nenhum passageiro. Quando cheguei em Cáceres, fiz como havia dito o Zezinho e o ônibus partiu rumo ao Caramujo, fiz amizade com o motorista e ele foi logo me dizendo, os baianos a quem você se refere são o Tião e o Dito? Respondi: são eles mesmos. Então o motorista respondeu, deixa comigo, chegando na entrada da fazenda eu dou o Grito. Dito e feito, e, a chegada foi ao escurecer. O motorista disse é aqui a entrada, caminhando uns 300 metros você estará na casa deles.
Confesso que desci com os cabelos arrepiados, o meu medo era o de encontrar alguma onça no trajeto. Mas tudo correu bem e, hoje estou aqui contando esta história. Cheguei de surpresa, não avisei a ninguém dos baianos que iria visitá-los, a surpresa foi muito legal. Lembrando que apenas o Tio Gaba me reconheceu. Fiquei 32 dias na região, visitando, os parentes, já que não moravam todos em Padre Inácio.
Observação: os baianos haviam se mudado do Saverá, Caarapó, acredito que em 1972, e desde então, eu não os via.